domingo, 12 de maio de 2013

ENEMY TIME – 10 ANOS DO DISCO MAIS ´´CINZENTO´´ DO TRAGEDY GARDEN




Atendendo a um pedido do Vitor, segue um relato do processo de concepção de Enemy Time, quando completa-se 10 anos de seu lançamento. Sendo a banda composta sempre por 04 integrantes, é natural que cada um tenha seu ponto de vista.
Quando gravamos nosso primeiro registro, Silent Symphony, já tínhamos 90% da versão final de Introspection concluída, tanto que na gravação-master do Silent Symphony consta a passagem de som/aquecimento como sendo esta música.
Como muitos sabem, a música In Our Lives é considerada pela banda o divisor de águas na proposta a ser seguida, facilitando então o conceito para Enemy Time.
Cada imagem/cor/letras – tudo que consta em todo material da banda não é por acaso. Foi concebido de maneira muito cuidadosa para que o resultado fosse o mais fiel possível à proposta de cada trabalho.

O conceito para Enemy Time foi a linha do tempo. Ao retratarmos o tempo como inimigo implacável, nas ilustrações e letras, manifestamos neste trabalho um cenário de ausências, solidão, perdas e saudades. Com exceção da faixa The Cycle, de autoria do Vitor, as demais letras aprovadas pela banda foram de minha autoria, e confesso que retratam bem o estado de espírito daquele momento. Morando fora, a distância das coisas e pessoas de quem eu gostava foram pano de fundo para as letras que compõem este cd. Coube à cada um na banda , com a evolução às custas de muita dedicação, retratar isso musicalmente.
Enemy Time tem uma capa cinzenta/fúnebre, que a anuncia a musicalidade sombria e em preto e branco que toma conta do cd. A imagem da capa foi fornecida pelo Diego Ferreira, de Tamarana, durante o tempo que morei lá. Ele curtia muito Sarcófago, Slayer e metal extremo. Ele também é responsável pela faixa multimídia contida em Enemy Time. A escolha desta imagem é porque retrata numa figura de sepultura o começo ou o fim de um tempo, dependendo do ponto de vista de cada um. Detalhes definidos, o magistral trampo gráfico ficou a cargo do Bui, da Gráfica do Tio.
Musicalmente falando, alguns fatores técnicos da banda permitiram uma mudança de estágio e avançar nas estruturas das melodias. São elas:
1-o avanço absurdo do Vitor como guitarrista, sendo uma fábrica incontrolável de riffs;
2-a sustentação em bumbos de vários andamentos;
3-a afirmação do Marcio como vocalista em condições de ser a voz do Tragedy Garden;
4-o trampo ´´pegado´ das bases de baixo do Fernando Higino, pois antes de sua passagem pelo Tragedy Garden ele praticamente não tinha contato com contra-baixo. O Vitor nos apresentou ele e o trabalho dele conosco foi excelente, como músico e companheiro.

Quem já participou de alguma gravação sabe que na reta final os ensaios se intensificam e a margem de erros deve ser mínima. Tínhamos tido a experiência do Silent Symphony com o Neimar, mas no momento em que acertadamente optamos pelo Bressan em Londrina confesso que a expectativa e a motivação tomaram conta da banda. Felizmente o Bressan concilia sua própria técnica apurada como músico e produtor, além de ambiente e equipamentos de última geração. Para gravarmos Enemy Time, foram 04 ou 05 viagens a Londrina. Felizmente as linhas de baixo e bateria foram 100% aproveitadas na primeira sessão de gravação, ficando as demais locações para os vocais e guitarra. O vocal do Marcio rebombava estúdio afora,e o Vitor teve a condição de se dedicar às melodias, com dobras das linhas e camadas de guitarra. Na mixagem final, o Bressan com toques magistrais contribuiu e muito para o resultado, que agradou toda a banda. Se compararmos com o sucessor Follow The Insanity, observaremos que Enemy Time é mais ríspido e mais ´na cara´´, como pedimos.
A partir daí foram as divulgações e muitos contatos. A partir da resenha positiva na Roadie Crew passamos a vender  o cd para muitos Estados brasileiros, e repassando os envelopes percebo quão longe pessoas ouviam este cd. A execução de Enemy Time nas rádios rock de Presidente Prudente e Londrina possibilitou ao Tragedy Garden o contato e os shows nestas regiões.

Existem os capítulos seguintes. Follow the Insanity sucedeu a Enemy Time, mas isto será contado mais adiante.
O Tragedy Garden possui  concluído o material de Inconditional Pain, seguindo a linha conceitual e melodias mais apuradas. Mesmo ausente, fica a alegria e satisfação de ajudar e ter sido ajudado por cada um dos integrantes na concepção deste material.
Time......Enemy Time!!!

Por Marcão Azevedo



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