terça-feira, 16 de setembro de 2014

SEXTRASH - ENTREVISTA COM O BATERISTA LUCK ARNOLD

          Representante genuíno dos primórdios do Heavy Metal Brasileiro e do Metal Extremo mundial, o  Blog COLORADO HEAVY METAL tem a honra da participação no grande baterista Luck Arnold.  Em uma entrevista bem  legal vamos poder saber das preferencias e um pouquinho da trajetória desse grande músico, que  na minha opinião registrou um dos principais “massacres” sonoros da história do Death Metal, o álbum  “FUNERAL SERENADES”.
            O SEXTRASH  que  hoje conta com: KRUEGER - BASS  / DANIEL MEDICI – GUITARS / LUCK ARNOLD - DRUMS  / DOOM – VOCALS,  esta em plena atividade e logo mais participará do grande festival ZOMBIE RITUAL OPEN AIR 2014 – Sem dúvidas uma grande chance para a galera presenciar essa lenda tocando os antigos clássicos do metal extremo mineiro.

LUCK ARNOLD - NAS BAQUETAS DO SEXTRASH
1 – Luck Arnold, é um imenso prazer ter o batera do legendário SEXTRASH em nosso humilde meio de comunicação! Diga-nos, como foi inicio de sua carreira como baterista,e sua principal influencia nesse período?
Luck Arnold: Obrigado pelo espaço e o prazer é todo meu. Sempre convivi com bateristas na minha família. Assim, adquiri gosto pela batera. Aos 12 anos, comecei a tocar em algumas bandas com amigos. Aos 14 anos entrei numa banda chamada Drunkard, de Sampa, juntamente com o guitarrista Daniel Médici, em 1989.
Minhas principais influências na época foram Dave Lombardo, Mick Harris, Pete Sandoval, Ken Owen entre outros do cenário Death da época.

2 – Em termos mundiais o SARCOFAGO escreveu um capítulo a parte na história da música pesada. É impossível desligar o nome do SEXTRASH ao do SARCOFAGO, seja pelos fundadores quanto por seu pioneirismo. Qual seu sentimentoao  levar um legado tão grande  nos dias de hoje?
Luck Arnold: Para mim é uma grande honra em fazer parte da história do SexTrash, pela banda ser uma das pioneiras do estilo tanto no Brasil quanto no mundo.

3 – Os Materiais "XXX" (EP, 1989) - "Sexual Carnage" (1990), são clássicos que ajudaram a definir o metal extremo. Como a banda trata esse material nos shows atuais, que segundo ando lendo, estão “bagaçando”com os atuais membros.
Luck Arnold: Tratamos com muito respeito e honra esses trabalhos, e tocamos grande parte desses materiais ao vivo, praticamente metade dos nossos shows são dedicados a eles.
CLÁSSICO VANGUARDISTA DO DEATH METAL MUNDIAL 
4 –O disco “Funeral Serenades” é um dos melhores discos de Death Metal já lançado no mundo. Sem exageros,como é escutar  esse disco gravado em 1992 e ainda tão atual e desafiador em termos de execução ?
Luck Arnold: Na época buscamos fazer algo parecido com o que gostávamos de ouvir (Carcass, Morbid Angel, Death), assim fluiu naturalmente o som do Funeral Serenade. E mesmo hoje, nós membros da banda, escutamos o som do álbum e achamos bem atual.

5 – Mostrei esse disco para muitos amigos e sempre todos ficaram espantados com a velocidade e técnica das composições. Muitos comentavam “ Que batera foda!!!”... Eu digo sem rodeios que você merecia um destaque muito maior como um exímio baterista que é, como você analisa sua carreira?
Luck Arnold: Bom, em primeiro lugar, nunca tive muita grana para investir na minha carreira. Gosto de tocar batera, nunca busquei status no social e no financeiro, sempre curti o underground. E, apesar de tudo o que rolou no decorrer desses anos, família, trabalho, filhos,  nunca deixei de fazer o que gosto que é tocar Death Metal. Então me sinto feliz com a minha carreira e com o reconhecimento dos meus fãs., e isso me basta.

"FUNERAL SERENADES" FANTÁSTICO E BRUTAL  DISCO DE 1992 
6 – O SEXTRASH éuma banda de músicos legendários . O Vocalista “OswaldPussyRipper”, lamentavelmente se foi,  porém deixou sua marca como vocalista e letrista.  Em “Funeral Serenades”assim como em seus outros registros ele sempre me pareceu o cara responsável pelo visual “pervertido” que se tornou uma marca registrada da banda. O que você pode dizer nós sobre Oswald e o conceito do SEXTRASH?
Luck Arnold: Quando conheci o Oswaldo (1990) ele já era como você descreveu. Ele era o letrista e o frontman da banda, porém todos nós tínhamos o mesmo conceito, luxúria, festas e o obscuro. Isso todo mundo curtia na época, mas o Oswaldo deu voz a isso por meio das suas letras e pelo visual.

7 – Ainda sobre o “Funeral Serenades”, asguitarras dão um show à parte no disco com um som encorpado e nítido, com bastante qualidade para a época. Quais as lembranças na gravação desse trabalho que alinha grandes composições com uma ótima qualidade de gravação?
Luck Arnold: Na época não era comum gravações de estúdio com muitos recursos, por exemplo, bateria com triggers, amplificadores e pedais bons para a guitarra, e conseguimos esses recursos com o nosso produtor, o João, da Cogumelo. Ele investiu na banda depois que ouviu nossas músicas no ensaio, e achou que valia à pena investir na banda com os recursos tops da época, por isso esse trabalho é atual até hoje, pela qualidade sonora, técnica e velocidade tanto da banda, quanto do estúdio.
Me lembro que a banda estava bem entrosada e bem ensaiada, matei a gravação em 45 minutos. Ninguém acreditou que consegui gravar tão rápido o som. Mas isso foi o resultado de muito ensaio de todos nós. Isso foi o que mais me marcou dessa gravação. Virou lenda no estúdio em BH (rsrsrsrs).

8 – Você e o ótimo guitarrista Daniel Médici já estão juntos há muito tempo como parceiros de banda. Além do SEXTRASH vocês também integraram o PENTACROSTIC, porque você não esta integrando mais o PENTACROSTIC?
Luck Arnold: Eu e o Daniel de fato sempre caminhamos juntos, desde o Drunkard. Tocamos juntos também no Unreal. Entrei no Pentacrostic para dar uma assistência para o Marcelo (vocal e baixo). Por sermos amigos e nos conhecermos desde o Drunkard, banda na qual ele era vocal, acabei ficando um pouco mais na banda. No entatanto, por motivos pessoais e de estilo musical, optei por continuar somente no SexTrash, que segue a linha mais brutal do Death metal.

9 – Após um hiato de muitos anos a banda lançou o álbum “ Rape fromHell” .Você tinha contato com a banda nessa época? E qual sua opinião sobre esse álbum?
Luck Arnold: Desde a morte do Oswaldo perdi totalmente o contato com os outros membros da banda, pois eu morava em São Paulo e os demais em BH.
Acho o Rape from Hell um álbum de composições pesadas, mas que foge um pouco da essência dos outros álbuns do SexTrash em termos musicais.
FORMAÇÃO DO "FUNERAL SERENADES"
10 – Quais são suas principais influencias como baterista?
Luck Arnold: O John Bohan foi a minha primeira influência como baterista quando eu era criança. Com o decorrer dos anos surgiram novos bateristas com uma maior velocidade e técnica que me impressionaram de cara, tais como : Witch Hunter, do Sodom, Dave Lombardo, Slayer e Pete Sandoval (Terrorizer). Eles foram a minha principal influência.

11 – Se não fosse abusar de sua paciência, gostaria que listasse seus álbuns preferidos para nossos leitores!
Luck Arnold: Persecution Mania – Sodom;
Reign Blood – Slayer;
Altars od Madness – Morbid Angel;
Necroticism Descutimg Insalubrius ­ - Carcass;
Simbolic – Death.
SEXTRASH 2014 - A FORMAÇÃO ATUAL PROMETE UM NOVO "PLAY"

12 – Quais os planos dos SEXTRASH para o futuro?
Luck Arnold: Atualmente estamos trabalhando as composições do novo álbum e pretendemos montar algumas turnês no Brasil e exterior.

13 – O que você acha da atual fase do Heavy Metal brasileiro?
Luck Arnold: Com muitas bandas de músicos com muita teoria e técnica mas sem o brilho da essência do metal. Hoje em dia, muitos headbangers tocam instrumentos pela facilidade de comprá-los e, também, é muito fácil agora conhecer muito som em pouco tempo, pois na minha época havia poucas bandas de grande nome.
LUCK ARNOLD - FORÇA E BRUTALIDADE NAS BAQUETAS
14 – Agradecemos imensamente sua participação e tempo despendido para nos atender!Deixo o espeço pra suas considerações finais! Muito Obrigado!
Luck Arnold: Primeiramente, gostaria de agradecer a você, Vitor, pelo espaço concedido.
Quero dizer que o SexTrash está trabalhando um som porrada e com a mesma essência de antes.

Os fãs que se preparem, vem Death Metal pesado por aí! Vamos todos apoiar o metal nacional!

Por Vitor Carnelossi

Um comentário:

  1. Fui amigo de escola de um dos componentes dessa banda (Krueger, que até a época, não tinha adotado esse nome artístico), nos idos da década de 1990, na então FAFI-BH. desde aquela época, ele já era louco por este estilo de música e de vida. Grande amigo, éramos bem jovens, tomamos muita cerveja juntos, porém, ele saiu da faculdade e nunca mais o vi. A vida é assim, leva-nos por diversos caminhos e nos distanciamos de pessoas e coisas que estão marcadas nas páginas da nossa história, mas que de uma forma ou de outra, jamais serão esquecidas. Tô na área, meu irmão.

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