domingo, 25 de janeiro de 2015

COVER – QUANDO A CRIATURA SUPERA O CRIADOR

É muito comum algumas bandas homenagearem seus artistas e canções prediletos fazendo cover de alguma música. Isto sempre existiu, e hoje em dia, com o advento da informação sem limites da era da internet, podemos nos deparar com algumas pérolas e também com algumas esquisitices, convenhamos.
Este artigo, porém, foca em algumas versões que sufocaram as originais, tornando-as ´´soft´´´demais e em alguns casos, devido ao formato das versões originais, imaginar como alguém poderia imaginar e compor roupagens extraordinárias para criações aparentemente normais. Vamos a alguns casos.

 Ouça-os, e tire suas conclusões.
Orgamastron – transformado num verdadeiro e alucinante petardo pelo verdadeiro Sepultura, esta versão veio como bônus na versão mundial do álbum Arise, que elevou a banda ao estrelato. Apesar do Max Cavalera comentar que gravou este vocal num ´´fogo brutal´´ durantes as sessões, a energia e a marcação pesada transformou este cover num hit, num hino. Vi vários vídeos com a banda tocando em versão muito mais rápida que a própria gravação como bônus. A versão original do Motorhead classifico como medonha, inclusive por partes com o chimbal aberto totalmente dispensável.

Commando – fico imaginando a cara dos Ramones quando ouviram a versão do Ratos de Porão, sendo faixa integrante do Anarkophobia. Pesada, furiosa, marcante. O vocal de João Gordo, neste disco como um todo, é uma verdadeira prova aos incrédulos do metal em português. Esta versão ficou perfeita. Atmosfera apocalíptica dentro da proposta do álbum. Considero esta verão um verdadeiro tesouro. A original, do Ramones, passou a parecer baladinha de adolescente.


Countess Bathory/Black Planet – os paulistas do Genocídio, além do conceito de uma das bandas cult do cenário brazuka, ficou marcada por brindar seus fãs com versões avassaladoras do Venon e do Sisters of Mercy. Countess Bathoty tem o vocal de Marcão e todo o peso e negativismo proposto em Hoctaedrom, álbum cinzento do ´´Genoca´´ como é conhecida a banda no cenário. A versão do Venon é algo comum, e se não fosse, precisaria ser reescrita e regravada para superar a versão do Genocídio. Quanto a Black Planet, quem conhece a versão original sabe o milagre que o Genocídio fez, já com o vocal grave e soturno do Murillo. Vale lembrar que o Tragedy Garden homenageou este trampo muitas vezes em seus shows.

Wuthering  Heights – já ouvi versões desastrosas desta música, em que alguns corajosos postam na net. Cara, as linhas vocais é para quem sabe, e muito. E um cara que sabe demais é o André Mattos, e fez uma versão matadora para o debut da banda, Angels Cry, um álbum que contou com o que chamo de ´´dream-team´´ do metal brazuca. Espetacular, encorpada, emocionante e com um belo solo de guitarra. Confesso que nunca mais consegui ouvir a versão da Kate Bush.

Por Marcão Azevedo

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